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sexta-feira, 18 de março de 2011

PLANALTO ESTÁ PESSIMISTA COM A VISITA DE OBAMA

Desânimo é reforçado por risco de presidente não comparecer a jantar oferecido por Dilma e antecipar ida ao Rio

NATUZA NERY

O Palácio do Planalto começa a revelar pessimismo em relação à visita de Barack Obama, neste final de semana, e reclama da resistência dos EUA em discutir temas de interesse do Brasil, apesar do discurso corrente de implantar um novo capítulo nas relações entre os dois países.
Segundo a Folha apurou, a declaração de um funcionário da Casa Branca, publicada na edição de ontem do jornal, ajudou a “azedar” o clima pré-visita. Mike Froman, vice-conselheiro de segurança nacional de Obama, afirmou que a “viagem é fundamentalmente a respeito da recuperação econômica e exportações americanas”.
Nas palavras de um integrante da Presidência, trata-se de um visão utilitarista dos EUA sobre o Brasil, principalmente diante da preocupação da presidente Dilma Rousseff com o deficit comercial brasileiro em relação ao mercado americano- US$ 7,731 bilhões em 2010, em dados do Ministério do Desenvolvimento.
O desânimo foi reforçado pela informação de que o mandatário não iria a um jantar que Dilma havia sugerido no Palácio da Alvorada.
A equipe que negocia os termos do encontro oficial comunicou que Obama gostaria de deixar Brasília rumo ao Rio de Janeiro no fim da tarde de sábado, não por volta das 20 horas, como inicialmente pensado. Até segunda ordem, o evento se transformou em um rápido encontro de despedida.
Representantes da diplomacia brasileira, porém, evocam outro tipo de visão. Consideram que a chegada do presidente da mais importante economia do planeta em menos de três meses de governo já é, por si só, um “êxito”.
Apesar da contrariedade entre não diplomatas, o Itamaraty não faz reparos à lista de acordos e termos de cooperação que sairá da visita.
Dilma, embora reconheça o simbolismo da visita, tem dito a assessores que desejava ver do parceiro sinalizações mais concretas de aproximação. Na pauta de seus sonhos, o apoio à campanha brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
À medida que as negociações avançavam, multiplicavam-se as críticas no Planalto. Um interlocutor palaciano argumenta que os EUA tentam vender seus caças F18, mas dizem não aos aviões da Embraer.
Afirma que os americanos desejam entrar na indústria do pré-sal e cooperar na área energética, mas não discutem as tarifas à importação do etanol brasileiro.
Nas reuniões preparatórias, ministros relembram o financiamento de US$ 10 bilhões que a China concedeu à Petrobras no passado
Um acordo para tratar de uma futura e gradativa eliminação da exigência de vistos a visitantes brasileiros nos EUA não deve sequer entrar nas conversas oficiais.
Fonte: FSP via NOTIMP



Greenpeace realiza ato em Brasília para pedir fim do uso da energia nuclear

Greenpeace realiza ato em Brasília para pedir fim do uso da energia nuclear


Ativistas do Greenpeace fizeram nesta sexta-feira (18/3) um ato em frente ao Palácio do Planalto pedindo à presidente Dilma Rousseff o fim do uso da energia nuclear no país. Vestidos com capas de proteção e máscaras, um grupo subiu a rampa do Planalto e abriu uma faixa com a frase “A energia que mata. Dilma, nuclear não”. Citando o acidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, os manifestantes pedem a suspensão da construção da Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, e a paralisação dos investimentos em energia nuclear.
— Pedimos que a presidente Dilma tome um posicionamento mais ágil em relação à energia nuclear. Países como a Alemanha já cancelaram o funcionamento de reatores mais antigos. Podemos ser o primeiro grande país a usar 100% de energia limpa — disse Ricardo Baitelo, responsável pela campanha de energia do Greenpeace.
Representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República conversaram com os ativistas e receberam o manifesto do Greenpeace. O secretário de articulação social, Antônio Lambertucci, disse que a demanda da organização será encaminhada a Dilma Rousseff.
— Essa demanda irá chegar à presidente por meio do ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. Nos colocamos à disposição para recebê-los porque nossa função é dialogar — disse Lambertuci.
Três manifestantes do Greenpeace permaneceram por alguns minutos sentados embaixo da rampa do Palácio do Planalto e foram conduzidos pela segurança à Polícia Federal.
Fonte: Correio Braziliense, 18/03/2011