Amigo de Che Guevara de viagem de moto falece em Cuba
Nascido na Argentina, Alberto Granado estava com 88 anos.
Viagem pela América Latina foi retratada em 'Diários de motocicleta'.
O bioquímico argentino Alberto Granado, amigo que acompanhou Ernesto Che Guevara em uma viagem de motocicleta por vários países da América Latina, faleceu "repentinamente" neste sábado em Havana aos 88 anos, afirmou o telejornal local.
"Na manhã de hoje, aos 88 anos, faleceu nesta capital repentinamente o companheiro Alberto Granado, amigo íntimo do Comandante Ernesto Guevara", afirmou o comunicado lido por um locutor.
Os restos mortais de Granado serão expostos durante duas horas e meia em uma funerária de Havana neste mesmo sábado e, "atendendo à sua vontade", serão cremados e suas cinzas espalhadas por Argentina, Cuba e Venezuela.
"Fiel amigo de Cuba, contribuiu para a formação de profissionais da medicina e da genética" em Cuba, onde se fixou desde março de 1961.
"Petiso", como era chamado por Che, o acompanhou em uma longa viagem de moto de 29 de dezembro de 1951 a 26 de julho de 1952, peregrinação levada ao cinema pelo brasileiro Walter Salles em "Diários de motocicleta", filme vencedor de um Oscar em 2005.
Partiu de Alberto Granado a idéia de viajar pelo continente sul-american.
Há anos ele sonhava com a viagem, mas até então não tinha tomado nenhuma iniciativa. Sua família considerava "a viagem de Alberto" como uma fantasia. No entanto, com quase 30 anos de idade, Alberto convidou Ernesto para a aventura.
O jovem Che, então com 23 anos, estava cansado da rotina de aulas e prova da faculdade de medicina e aceitou na hora.
A idéia de contar a história do jovem Ernesto Guevara, anos antes dele se tornar o "Che", partiu do produtor executivo Robert Redford, que chamou o brasileiro Walter Salles, diretor/escritor de Central do Brasil e Abril despedaçado, para dirigir o filme.
Na história, dois jovens estudantes argentinos, o bioquímico Alberto Granado (Rodrigo de la Serna) e o médico Ernesto Guevara (Gael Garcia Bernal) decidem conhecer a América Latina numa viagem de 8 mil quilômetros, de Buenos Aires até Caracas. Montados em uma motocicleta Norton 500, modelo 1939, carinhosamente apelidade de "La Poderosa", os amigos partem pelo continente que não conhecem nem mesmo dos livros, já que em sua juventude foram apresentados na escola às culturas européias, mas nunca aos seus ancestrais sulamericanos.
Diarios de motocicleta é uma viajem de autodescobrimimento em que se esboçam as orígens de um coração revolucionário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário